quinta-feira, 20 de agosto de 2015

RAIO-X DA EDUCAÇÃO NO BRASIL


"A escola reflete a sociedade ou a sociedade reflete a escola?"

Não é de hoje que a educação tem se tornado uma grande dor de cabeça para todos. Aqui no blog também nos preocupamos, e muito com a atual situação do Brasil e do mundo. 

E para que possamos entender um pouco mais desta problemática, preparei um post mostrando porque educação é tão importante, e como a discussão e reflexão são indispensáveis para aprimora-la. Também, para lançar alguma luz sobre a situação geral do país. 

Sabemos que é algo indispensável para o desenvolvimento da sociedade como um todo. Sabemos também que o Brasil passa por desafios que vão desde problemas econômicos (algo natural para um país como o nosso, em fase de desenvolvimento.) Até questões de saúde, criminalidade, qualidade de vida, emprego, corrupção. 

Mas ai podemos pensar o que tem haver saúde, criminalidade, corrupção com educação? A resposta é muito simples: T U D O. 

A educação é a pedra angular de uma sociedade! Sem a devida importância, sem o correto investimento, dificilmente haverá melhorias. É a partir de um processo educativo de qualidade, que podemos formar verdadeiros indivíduos, conscientes dos direitos e deveres. Do que é público ou privado. Do respeito a do respeito e reconhecimento como um indivíduo, como ser e não por títulos e posses.

Analisando a "importância" dedicada a este tema, podemos perfeitamente compreender o cenário atual. Os esforços realizados nos últimos anos, não foram mais que maquiagem do real problema. Houve no máximo um esforço para "colocar" o maior número de pessoas na escola, o que é importante, mas não o suficiente. 

Arrisco a dizer que o momento é muito delicado. Se as decisões corretas não forem tomadas logo, o projeto do país que tanto desejamos, está ameaçado. 

Precisamos entender de uma vez por todas que sem EDUCAÇÃO DE QUALIDADE o país não vai melhorar. Os casos de violência, corrupção, descasos com a população em geral, que tanto nos chocam, continuarão a crescer enquanto ignorarmos a importância desta única palavra: EDUCAÇÃO. 


DIAGNOSTICO, não são meras palavras, os números falam por si só e não são nada animadores. 


Constantemente as estatísticas são mostrados nos jornais pelo país, mas nem sempre ganham a atenção que merecem, e acabam deixadas de lado. Ou são exibidos raríssimas vezes, sem muito espaço para debates. Do contrário, as pessoas se assustariam muito mais com o número de analfabetos do que com os de assaltos. 

Mas antes de entramos na questão dos números, temos que ter em mente que a educação, tal qual conhecemos no país, só foi ter início formalmente em 1925, a partir da reforma de João Luiz Alves/Rocha Vaz, onde foi implantado o a grade seriada, a partir do qual o ensino secundário passa a ser regular. 

E somente nos anos 60 adotou programas de alfabetização de adultos, após mobilização da sociedade civil para conscientização da importância de alfabetizar os muitos brasileiros que não puderam ir à escola, e estavam a margem da sociedade. 

Iniciamos tardiamente o empreendimento educacional no país, e ainda hoje lutamos para torna-la universal. E muitos foram os atrasos, como o período ditatorial, as muitas mudanças, idas e vindas que o sistema de ensino brasileiro, sofreu ao longo dos anos. E mais recente, a opção por não reprovação no ensino fundamental.

Caso queira conhecer mais a história da educação no Brasil, no final do post deixarei os links que utilizei na pesquisa para que possam aprofundar mais no assunto. 

Agora que entendemos um pouco da história do sistema de ensino no país, vamos dar uma bela olhada nos números e perceber se existe um exagero quando imploramos por melhorarias na educação, ou se estamos "reclamando de barriga cheia".

Clique na imagem para ampliar



O MODELO DE EDUCAÇÃO é basicamente o mesmo a quase duzentos anos, e é essencialmente militarista. 

Arte por: Desenhos da Tata

Quando falamos em educação é preciso pensar que existe um modelo que está mais que ultrapassado, chamado de Escola Prussiana. Embora muitos não gostem do nome, foi exatamente na antiga Prússia onde surgiu o sistema de ensino vigente, a cerca de duzentos anos atrás. 

Na época era um modelo de escola militar, com o objetivo tornar o cidadão obediente ao estado, evitar revoltas, e prepara-los para possíveis guerras. 

Foi baseado na educação espartana, civilização da antiga Grécia extremamente beligerante, que utilizava métodos rígidos de disciplina onde os piores eram considerados inferiores e eliminados. Os erros eram punidos severamente com aplicação de técnicas de tortura, moldando o comportamento dos soldados.

O sistema prussiano seguia também, a ideia de separação de classes, onde os ensinamentos variavam de acordo com a posição social de cada um, ou em qual se enquadraria. 

A rígida disciplina militar era a principal base, onde eram estabelecidos rígidos horários, uniformes militares usados por todos, e padrões de comportamentos aceitos. Os que não seguiam à risca a cartilha, eram severamente punidos (quem nunca ouviu falar na palmatória?). 

A cultura do medo era uma das principais ferramentas utilizadas, punindo severamente aqueles que cometiam erros e que não se encaixavam nos padrões pré-estabelecidos. 

Não é de se surpreender que os primeiros países a adotarem a educação prussiana, terminariam criando regimes ditatoriais baseados no racismo e nacionalismo extremo. A Alemanha nazista foi o mais grave dos casos. 

Hoje em dia, é claro que muitas das práticas foram abandonadas, mas em essência o sistema ainda é o mesmo! Moldando as pessoas para servirem aos objetivos de governos e empresas, preocupados em formar operários obedientes que passarão a vida pagando altos impostos e exercendo profissões que odeiam. 

Muitos podem pensar que estou exagerando, mas vamos analisar um pouco mais de perto o nosso modelo de educação. A começar pelo ambiente escolar: 

Não é de hoje que penso que as escolas são construídas nos moldes das grandes fábricas e presídios. Cercadas por altos muros e grades isolando-as do mundo. Com horários para entrar e sair e intervalo pré-determinados (fábrica). Onde alunos só podem sair quando acabar a aula (fabricas) ou em casos especiais onde é necessária uma prévia autorização (presídio). E devem permanecer o tempo todo em salas fechadas (presídios/fábricas).

As escolas e colégios da América Latina, não são mais que espaços de tédio e desinteresse"  — Carlo Alberto J. —

No mundo de dentro, encontramos a estrutura de "agrupamento" correspondente a idade e nível de compressão que acreditam que cada um deveria ter. Acessa-se somente o conhecimento correspondente a seu grupo, onde um aluno do primeiro ano, não pode frequentar aulas do último e vice e versa. 

Todos tem que usar o mesmo tipo de roupa, o uniforme que não é mais que uma tentativa de quebrar a individualidade (uniformização). Usam o mesmo tipo de mesa (carteiras como são chamadas) duras e rígidas, de extremo desconforto para o tempo prolongado que o aluno permanece em sala. Comportar-se de forma idêntica de acordo com o padrão estabelecido. Ou seja, tudo pensado em termos de disciplinar o indivíduo, tornando-o obediente, subserviente, e "adequado" à viver em sociedade. 

A mesma hierarquia que encontramos em governos e empresas é ensinada nos ambientes escolares, onde o aluno é o mais baixo nível da pirâmide. Deve total obediência e respeito a figura do professor(a). Estes por sua vez estão sujeitos a direção da escola, que por sua vez tem de seguir a determinação do governo.

Ao aluno é vedado o direito de argumentar e questionar, pois a ele cabe apenas o papel de calar-se e escutar o que o professor tem a ensinar, afinal ele não sabe nada não é mesmo? Nossa sociedade baseia-se no paradigma de que crianças não sabem nada e somos nós os adultos que detemos todo o conhecimento, e por isso a eles cabe apenas calar-se e ouvir o que é repetido. 

É necessário dizer que o professor não tem autonomia nenhuma dentro da sala. A ele é entregue o cronograma determinado pelo MEC, o qual deve segui-lo à risca, tornando um mero repetidor e não um educador. E também que os atuais professores, são frutos do mesmo sistema, muitos apenas repetem o que aprenderam em seus tempos de escola. 

Basicamente o que é ensinado é obediência, a respeitar e nunca questionar as figuras de autoridades, simbolizados na escola por professores, secretários e diretores. Em casa pelos pais e parentes, mais tarde por "chefes" e governantes. 

O aluno é sempre tratado como alguém que precisa ser adestrado, limitado e disciplinado, do contrário não saberá portar-se adequadamente. Todo o sistema de ensino pode resumir-se nestas finalidades.

Ainda é estabelecido um sistema de recompensas e punições, onde aqueles que não se saem tão bem, são punidos de diversas formas psicológicas, sobre o pretexto de "ajudar no desempenho do aluno". Criam uma cultura onde o estudante vive com medo de ter uma nota ruim, através do qual Julgado e classificado como inferior. Ainda serão castigados pelos pais, fazendo com que se sintam ainda piores. No final só lhes resta estudar pelo simples fato de "tirar uma boa nota", pois temem o julgamento e punições, mesmo que para isso usem outros métodos, como "a cola". 

Tudo isso cria o espírito extremamente competitivo, observado e condenado no mercado de trabalho. Mas é criado e reforçado, por este tipo de prática no ambiente escolar. A diferença é que depois "tirar uma boa nota" será substituído por "ter um bom cargo" e um melhor salário, sem se importar com os meios utilizados para isso.

Ao longo da vida a pessoa passa cerca de 21600 horas na escola. De fato uma criança de 8 anos passa mais tempo na escola do que um universitário, e a pergunta é para que? O Brasil ainda adotará a partir de 2016, a obrigatoriedade do ensino básico para crianças a partir de 4 anos. Para que? Isto apenas faz aumentar o número já inacreditavelmente alto de horas/aula e não resolve o problema.

Aluno é quem assiste aulas; estudante é quem estuda” — Professor Pierluigi —

Está claro que o modelo antigo não funciona. Os números do infográfico mostram que somente ir para escola e escutar a repetição interminável dos professores, não é aprendizado, não é educação. Ou seja, somos obrigados a ir à escola e lá não aprendemos nada ou quase nada.  

Parece existir um esforço máximo, para que se odeie cada segundo que passa-se na escola. Para que se odeie aprender, e esqueça o que é verdadeiramente importante, substituindo as capacidades de que TODOS OS SERES HUMANOS são dotados, por informações, códigos, e regras que visam somente a formação de uma classe de trabalho.

Todo ser humano nasce dotado de prazer de aprender, de curiosidade e vontade de questionar e entender o mundo ao seu redor. Se baseiam nas perguntas para aprender, e são muito mais elas que os fazem evoluir. Também nascemos capazes de aprender sozinhos, interagindo com o mundo, até que entremos na escola e tudo isso nos é arrancado.



Quando saímos, já não nos lembramos de como é bom aprender, conhecer coisas novas, desenvolver habilidades novas. E percebemos todo aquele tempo foi inútil, e que mal estamos preparados para lidar com a sociedade. Desprovidos da capacidade de pensar, refletir, agir em conjunto, e incapaz de resolver os problemas do dia-a-dia. 

Continuar com o modelo atual de educação, não só é ilógico, mas um verdadeiro absurdo, um insulto à inteligência humana. Pois conhecemos os resultados e mesmo assim, insistimos no que não dá certo. E ainda esperamos que as futuras gerações milagrosamente concertem o mundo? como se estamos educando-os da mesmíssima maneira como se fazia a duzentos anos atrás. 


MODELO NOVO! Afinal, se o antigo não funciona, o que pode substituí-lo?

Arte por: Desenhos da Tata

O modelo precisa ser pensado localmente, individualmente e ao mesmo tempo compor coletivamente. 

Quando realizei as pesquisas para este post, tinha um desafio em mente: "se vou criticar o modelo vigente, também tenho que apresentar um novo modelo", mas à medida que aprofundei no assunto, percebi que não existe "um modelo ideal". E não sei se deveria ter, pois a educação é dinâmica e não vai existir um modelo que sirva para todos. Aliás até existe, e é o que está em vigência. 

Encontrei projetos e iniciativas em diversas partes do mundo (apresentarei depois), e é excelente notar que em vários lugares, as pessoas perceberam que a mudança tem de partir delas mesmas, e não de governantes. Então relacionei abaixo as práticas e ideias de todos os projetos que tive acesso: 

Um dos pontos mais importantes, ressaltados em todos os projetos é a remoção dos muros e grades que "isolam" a escola do mundo, criando um espaço aberto onde todos podem ir e vir quando sentirem vontade. Onde a escola está integrada com a realidade local, e contribui diretamente para o aprendizado, tornando-a um ambiente de conhecimento vivo. O mesmo deve ser considerado para os uniformes, horários rígidos e espaço de sala de aula. 

Por cada lugar possuir uma necessidade diferente, não pode existir um modelo que seja adotado por todos, é necessário que seja pensando localmente, individualmente e a partir daí componha-se, coletivamente. Diferentes lugares, formas de pensar, de viver tudo isso deve ser considerado, principalmente as necessidades de cada um. 

Os métodos e temas de estudo são adequados a cada um, e o professor não é mais o distante repetidor de conteúdo, ele interage diretamente com os estudantes promovendo discussões e meramente "facilitando" o aprendizado de cada um. Em resumo, são os próprios alunos que determinam o que será estudado. 

Uma maior integração dos estudantes com os meios naturais, aprendendo o respeito a natureza, entendendo que todos precisamos preservar e cuidar do meio ambiente. Reconhecendo os recursos naturais, como indispensáveis e mantenedores da vida. 

É estimulado o autoconhecimento, e o auto-aprendizado, caminho através do qual cada um descobre suas verdadeiras capacidades e talentos. Aprende a se posicionar corretamente em relação aquilo que sente e pensa. Respeita a diversidade, e a divergência. A pensar e a refletir sobre as situações e assim encontrar soluções para os problemas do dia a dia. 

Onde os mecanismos naturais de aprendizado: curiosidade, o questionamento, criatividade, intuição, vontade, o prazer de aprender são constantemente estimulados e aprimorados. 

Ainda levará um tempo até que finalmente o velho paradigma tenha desaparecido. Mas enquanto isso, podemos aplicar cada uma destas ideias de forma independente. Assim, provocaremos a mudança de dentro para fora, até que um dia, teremos substituído o sistema vigente. 

O esforço precisa ser de cada um, por isso disse que todos temos que abraçar este empreendimento, pois somos responsáveis pelo futuro deste planeta e das próximas gerações. Assumir esta tarefa é uma escolha individual, mas devemos lembrar que simplesmente reclamar e cruzar os braços não adianta de nada. 

Devemos fazer aquilo que a escola não faz, suportando os estudantes, reconhecendo-os como um ser e não considera-los inferiores por serem mais novos. Importando-se com o que sentem e ajudando-os a passar por estas fases complicadas, que são os anos de estudo. 

Quando, ele falhar nas provas, tirar nota baixa, tente compreender e ajude-o a identificar onde está o problema, ao invés de simplesmente puni-lo. Assim terá mais chances de aprender a matéria, e encontrar aquilo que muitos não tem, quem os ouça, que os apoie e transmita segurança, pois muitos jovens e crianças se sentem sozinhos.

Se a escola é uma porcaria, não vamos deixar que a casa de cada um seja uma extensão dela. Façamos diferente, quer seja com nossos filhos, sobrinhos, afilhados. 

Acho que o caminho pode ser por ai. Se não conseguimos mudar a escola, vamos mudar nós mesmos e suprir as carências daqueles que nos cabe a responsabilidade, que são as futuras gerações. Somos seus mentores e não donos, como alguns costumam pensar.

Lembre-se que não é necessário diploma para criar filhos, pois assim como os animais, o ser humano possui tudo o que precisa para aprender e ensinar aos seus filhos. Isto é um direito e dever, diga-se de passagem, que jamais deve ser abdicado em nome do estado. 

Estamos todos aprendendo, e aqueles que acham que sabem, estão enganados pois o conhecimento está em constante movimento. Neste sentido as crianças são muito mais habilidosas, pois elas aprendem o tempo todo sem se preocupar se estão certas ou erradas. Sejamos como elas, resgatemos nossas capacidades perdidas, e reflitamos sobre a importância e sobre o papel de cada um neste empreendimento. 

Com o tempo, as grandes mudanças vão ocorrer, mas antes é necessário "a queda de pequenas pedras que causará a avalanche". 


DESAFIOS são inúmeros e o futuro incerto, mesmo assim nos preocupamos 


Parte desta reflexão é devido ao momento que o país atravessa, mas também pensando nos desafios que o futuro reserva para os que aqui estiverem, onde estará em jogo a sobrevivência da espécie. 

Para quem ainda acha que isto é papo de ficção cientifica, lembre-se que os recursos naturais mais degradados, são justamente a vegetação, água e o ar, os principais e indispensáveis para a vida.  Agora pense, será mesmo coisa de ficção cientifica? Sabe o quanto de água doce, própria para o consumo, existe no mundo? E sabe qual a estimativa para ela acabar? E qual o índice de poluição e desmatamento mundial? 

Além disso, as gerações futuras terão de continuar lidando com problemas como miséria, fome, superpopulação, falta de emprego, falta de moradia, e muitos outros que não nos passa pela cabeça. Então como podemos educar da mesma em que eu, você, nossos pais e avós foram educados? Será a educação que dermos as próximas gerações, que os capacitará para responder aos desafios, e como vão fazer isto se receberem a mesma base? 

Cada um de precisa perceber que não estamos aqui neste mundo meramente de passagem, e que temos um papel importante a desempenhar. Temos de nos perguntarmos se este é o mundo que queremos entregar aos nossos filhos, e não esperar que outros tomem atitude, somos nós mesmos que devemos agir. 

Ou seja, tudo dependerá de como agirmos de agora em diante, de como pensarmos e educarmos. Considerando cada um dos aspectos aqui levantado, aprofundem-se no tema. Promovam discussões e reflexões. Cada um de nós é capaz de provocar mudanças incríveis, se assim desejarmos. 

Todos temos capacidades incríveis que uma vez (re)descobertas, causam efeito positivo em nós mesmos e no planeta. Lembre-se que o dia que desistirmos do mundo, será o início do fim. E será este mundo que deixaremos para as próximas gerações. 


PROJETOS E ALTERNATIVAS, conheça os projetos daqueles que se recusaram a aceitar a situação. 


Abaixo, vou listar os projetos que encontrei quando realizei a pesquisa para este post. Lembrando que nenhum deles corresponde a um modelo oficial, por questões óbvias. Mas como disse é muito importante conhecer e entender cada um deles. Assim podemos perceber o quão fácil pode ser realizar a mudança. 

Destaco também que existem muitos no Brasil, ao contrário do que poderíamos pensar. Aqui existem vários projetos em cada região do país. O documentário, Quando Sinto que Já Sei, mostra detalhadamente cada um deles.  


Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD)
Idealizador: Tião Rocha
Cidades de Curvelo e Araçuai - MG
Pontos Fortes: 
  • Integração com a comunidade;
  • Pedagogia do "Pé de Manga";
  • Criação de comunidades de aprendizagem;

Projeto existe de 1984, suas principais características são: A valorização do estudante enquanto ser humano; O educador age como facilitador para o aprendizado adequando a necessidade individual. 


GENTE
Idealizador: Rafael Parente 
Escola Municipal André Urani 
Rio de Janeiro - RJ
Pontos Fortes: 
  • Primeiramente implementado na comunidade da Rocinha, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, o Ministério da Educação e a iniciativa privada. 
  • Utilização de Educopédias; 
  • Estudantes de todas as idades de aprendizagem divididos em grupos de aprendizagem chamados de "famílias";


Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS)
Idealizador: Miguel Nicolelis.
Três unidades: Natal, Macaíba - RN e Serrinha - BA
Pontos Fortes: 
  • Educação científica para formação de cidadãos;
  • Formação continuada dos educadores do projeto;
  • Reuniões mensais com professores de escolas públicas da região;


Escola da Ponte 
São Tomé de Negrelos, concelho de Santo Tirso, distrito do Porto - Portugal
Pontos Fortes: 
  • Concretizar uma efetiva diversificação das aprendizagens tendo por referência uma política de Direitos Humanos;
  • Garantir a igualdade de oportunidades educacionais e de realização pessoal a todos os cidadãos;
  • Promover, nos diversos contextos em que decorrem os processos formativos, uma solidariedade ativa e uma participação responsável.


Projeto Araribá
baseado no projeto Escola da Ponte.
Escola Municipal Sabastiana Luiza
Ubatuba - SP 
Pontos Fortes:
  • Espaços de aprendizagem;
  • Aulas passeio; 
  • Participação da comunidade na escola;

Projeto Âncora
Cotia- SP
Pontos Fortes:
  • Não há divisão por séries ou idade;
  • Espaços livres de aprendizagem;
  • Forte integração com a comunidade;

Existem tantos outros projetos, mas infelizmente não tenho como citar todos aqui pois o post está gigante, mas tenho certeza que perceberam a importância de se pensar, refletir e discutir sobre o tema,

NÃO HÁ CONCLUSÃO, como sempre há mais que se fazer do que feito


Em um assunto tão extenso e tão complexo, não há conclusões a se chegar, apenas refletir constante sobre tudo o que educação representa e sua importância. Ter ciência de que a mudança tem de partir de nós mesmos e que jamais devemos abrir mão deste direto. 

O objetivo maior é que um dia o sistema educacional vigente seja substituído por algo que realmente possamos chamar de educação. Mas esta é a meta final, enquanto isso existe tanta coisa que pode ser feita, que este post ficaria ainda maior se descrevesse. 

Cada um de nós, pode fazer tanto, mais tanto que acabamos provocando mudanças. Por mais que as vezes não pareça muita coisa, mas tenha certeza de que é! Afinal, impactar positivamente a vida de alguém, não é algo pequeno. 

Se conseguirmos que as próximas gerações se importem mais em SER do que TER. Que saibam suas capacidades e se identifiquem enquanto indivíduos que cooperam mutuamente, já valerá a pena. 


MATERIAL PARA REFLEXÃO, quanto mais se pensa e fala sobre, mais conteúdo surge e assim evoluímos um pouco de cada vez. 

Deixo abaixo alguns documentários e videos que utilizei para criação deste post. Aconselho assistirem todos, para que possam compreender um pouco mais desta problemática, e tirar as próprias conclusões. 

Documentário La Educacion Prohibido (A Educação Proibida)



Documentário Quando Sinto que Já Sei


Professor Pierluigi fala sobre inteligência, educação e como estudar com eficiência



TED - Ken Robinson - A escola mata a criatividade?



TED - José Pacheco  - Experiências inovadoras na educação


TED - José Pacheco - Mitos, utopias e moscas

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